
Se você convive com crianças, já deve ter presenciado momentos desafiadores, como briga entre irmãos, disputas para ver televisão ou simplesmente apertar primeiro o botão do elevador, escolher a roupa na hora de sair, dividir brinquedos e tantos outros que acontecem no dia a dia.
A evolução dos estudos da neurociência, casada com o abordagem de educação respeitosa, têm mostrado que, ao invés de servos agressivos e punitvos com as crianças em momentos de “mau comportamento”, podemos ser firmes e gentis.
Passamos a olhar os momentos críticos como uma grande oportunidade de ensinarmos aos pequenos como sobreviver e prosperar a partir da integração de diferentes partes do cérebro que promovem bem-estar e o desenvolvimento de inteligêngia emocional.
Pesquisas científicas revelam que o cérebro de uma pessoa só está maduro e completamente formado por volta dos 25 anos. Isso que dizer que, ao vermos as crianças fazendo “birra”ou se comportando sem maduridade, entedemos que o seu cérebro não está maduro o suficiente para compreender contextos, planejar, se autorregular e fazer escolhas saudáveis diantes de desafios.
A boa notícia é que podemos, como pais e adultos que interagem com crianças,
ajudar no desenvovlvimento de habilidades emocionais de maneira intencional proporcionando bem-estar físico e mental durante sua vida.
A partir do entendimento do como o cérebro se desenvolve, fica mais fácil ajudá-los a crescer e se desenvolver de maneira positiva.
Um dos pontos de partida é observarmos as necessidades que estão por trás do comportamento, e entender o comportamento, sem julgamento, como uma maneira (não madura muitas vezes) de pedir ajuda para um desconforto real. Saimos do foco no “mau”comportamento, e focamos na mensagem por trás dele.
Entender a mensagem da crianças não quer dizer que devemos ser permissivos com o “mau”comportamento, mas que a partir dele, podemos ensinar estretágias mais saudáveis de como reagir aos momentos difíceis, a fim de promover bem-estar e felicidade na vida adulta.
Mas como fazer isso?
Deixo para vocês 12 estratégias abordadas no livro best seller “O cerebro da criança”, escrito por Daniel Siegel e Tina Bryson, o qual recomendo a leitura:
1ª. Concentar e Redirecionar: diante de um conflito com a criança, a primeira coisa que precisamos fazer é conectar e validar o sentimento que ela está vivenciando. Reconhecer que o sente é legítimo e natural é fundamental para que qualquer ser humano se sinta ouvido e acolhido. Desta maneira está mais aberto a se abrir e escutar. Quando estiver mais calmo, aí então, podemos redirecionar para o que precisa ser feito. Integramos assim o lado emocional e racional do cérebro.
2ª. Nomear e Disciplinar: no momento de grandes emoções como raiva, frustraçao e medo, podemos ajudar a criança a recontar a história que aconteceu, nomeando seus sentimentos e incômodos presentes. Isso dará sentido à experiência vivida e a segurança de saber o aconteceu de maneira mais organizada, sem o “calor”da emoção.
3ª. Plenajar e agir: Após as duas primeiras estratégias, podemos então encorajar a criança a fazer uma reflexão de como planejar e escolher agir em situações semelhantes, ao invés de ficar “preso”na emoção desafiadora. Substituimos os sermões e soluções prontas para os problemas, por reflexão e contrução de suas próprias soluções.
4ª Usar ou perder: quando trazemos situações hipotéticas para as crianças questionando como elas se sentiriam e poderiam agir diante de determinada sitação, estamos usando e desenvolvendo a parte de planejamento, autorregulação, tomada de decisão de um cérebro ainda em formação. Assim, será mais fácil encontrar soluções saudáveis em momentos realmente desafiadores.
5ª. Mover ou Perder: outra grande estratégia de regulação é emocional é ensinar às crianças que podemos nos movimentar, seja com pulos, corrida, sacudir o corpo, para aliviar o mau estar e estresse dos momentos difíceis. As pesquisas mostram que o movimento ajuda na melhora do nosso humor.
6ª. Controle remoto da mente: aqui damos “poder”para a criança controlar o que quer falar sobre as expriências vividas, convidando-a a imaginar que possui um controle remoto, no qual pode reviver momentos desconfortáveis, voltando, pausando, quando achar que não está pronto para falar, ou adiantando cenas. Esse processo ajuda na elaboração do que foi experienciado, considerando o limite e maturidade da criança de falar sobre o fato.
7ª. Lembrar para lembrar: através do reforco das lembranças experiência passadas, principalmente as positivas, criamos significado e compreensão sobre a própria história. Isso pode ser feito através de perguntas, escrita em diário, fotos, vídeos e desenhos.
8ª. Deixar a nuvem das emoções passar: é possível ensinar aos pequenos a notarem o tempo de duração de suas emoções. Pesquisas mostram que uma emoção dura em média 90 segundo, ou seja, são um estado e não uma característica ou situação permanente. Desevolver essa habilidade permite perceber que nenhum desconforto é para sempre. Temos momentos de alegria e tristeza a todo instante.
9ª. Examinar: quando vir a criança em desconforto emocional, estimule a autoreflexão, fazendo-a tomar consciência sobre seus sentimentos, sensações corporais e pensamentos, de modo que perceba a relação entre eles. Assim, terá mais conhecimento das suas prórprias reações e sensações diante das diversas situações que vive no dia a dia.
10ª. Exercitar a visão mental: essa estratégia tem como o foco tirar os pequenos do foco do sofrimento e trazê-los para o momento presente. Então, podemos pedir que observem os objetos à sua volta, os sons, ou a própria respiração, fazendo com que criem um momento de pausa. Em seguida poderão visualizar uma sitaução em que se sentam bem e calmos. Aos poucos, perceberão a pausa os permite desfocar do sofrimento e se acalmar, usando uma estratégia simples e poderosa.
11ª. Aumentar o fator de diversão familiar: ao invés de focarmos nos sermões e lições de moral, quando a criança de comporta de maneira indevida, podemos usar também o humor como forma de experienciar o desconforto. Além disso, quando mais criarmos momentos divertidos em família, mais ensiamos os pequenos a importância de desenvolver bons relacionamentos com pessoas próximas.
12ª. Conectar por meio da diversão familiar: evite evitar ou ignorar o conflito, e olhe para ele como uma grande oportunidade de aprimorar habilidades sociais e emocionais, seja expressando seus sentimentos na hora ou na elaboração de melhores escolhas para as próximas experiências.
Essas estratégias podem parecer novas e complexas no início mas, à medida que as aplicamos, começamos a criar relações respeitosas e saudáveis com as crianças. Elas terão como base e valores, a seguraça, a conexão, a firmeza e amorosidade, que serão fundamentais para seu desenvolvimento sadio como ser humano.
Para mais informações, entrem em contato comigo.
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